A Câmara Municipal de Sintra vai assinalar o 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974 com um conjunto de iniciativas gratuitas dirigidas a diferentes públicos, num programa vasto e variado que se estende até ao final do ano, a decorrer em vários locais do concelho.
Durante a apresentação que decorreu no Palácio Nacional de Queluz, esta quinta-feira, o presidente da autarquia, Basílio Horta, sublinhou que "as comemorações dos 50 anos de Abril vão, sob o signo da liberdade, que vive paredes meias com a justiça social e com a cultura, enquanto fonte de cidadania. Com efeito, a liberdade desacompanhada do exercício dos direitos sociais e da cultura nos seus mais diversos significados é, como dizia Mário Dionísio, “um perigoso simulacro”.
“As iniciativas que agora aqui se partilham pretendem exaltar o valor da liberdade criativa e de democracia cultural, componentes essenciais de uma democracia plenamente vivida. Finalmente, o 25 de Abril é passado, mas, para nós, os seus valores são vividos em permanência, com os olhos postos no futuro enquanto esperança na construção de uma sociedade cada vez mais livre e de um sistema politico cada vez mais equitativo.
Saibamos, pois, amarrar o 25 de Abril ao futuro, honrando os seus princípios e o capital incontornável que representou para a vida de todos nós”, conclui o autarca.
Música, exposições, debates, conferências, teatro, concertos descentralizados, e atividades para os mais novos, integram o programa cultural que a Câmara Municipal de Sintra preparou para celebrar os 50 anos da revolução de Abril.
Sendo crucial promover o conhecimento sobre o 25 de Abril junto dos mais jovens, serão promovidas diversas iniciativas dirigidas a esta faixa etária, nomeadamente, as peças de teatro “25 de Abril, sempre!” e “Fazes parte! faz a tua parte”, a Mostra de Teatro das Escolas, sob o mote do 25 de Abril e a Assembleia Municipal Jovem. Também os centros lúdicos e bibliotecas municipais vão dinamizar atividades alusivas a esta data.
A autarquia vai apresentar cinco exposições, com destaque para a exposição “Carlos Granja, um fotógrafo sintrense do 25 de Abril” com fotografias históricas da Revolução em Sintra, e da qual constarão também fotografias do primeiro 1º de Maio em liberdade (1974), que irá estar patente no MU.SA – Museu das Artes de Sintra.
“O cartaz gráfico e o 25 de Abril”, no MU.SA – Museu das Artes de Sintra, “A municipalidade sintrense e a liberdade 1974-1976”, na Casa da Cultura Lívio de Morais, “O Primeiro 1º de Maio com gosto a liberdade”, de Carlos Granja, na zona pedonal da Rua Heliodoro Salgado e “Os livros que não puderam ser livres”, na Biblioteca Municipal de Sintra - Casa Mantero são as exposições para conhecer um pouco mais sobre a revolução dos cravos.
A música vai marcar as comemorações com diversos concertos que trazem a temática da liberdade ao Centro Cultural Olga Cadaval.
Sob o mote do poema de Sophia de Mello Breyner Andresen “A minha vida é o mar e o abril a rua”, o espetáculo alia a poesia e música com Joana Moreira ao piano em conjunto com a voz de Miguel Maduro-Dias.
O concerto “Homenagear o património musical de Abril” traz músicas que fizeram o 25 de Abril de 1974, interpretado em formato instrumental, dando lugar à guitarra portuguesa de Ricardo Gama e à guitarra clássica de João Correia, e às quais se junta um quarteto de cordas
Destaque também para o concerto “As canções que fizeram a Revolução” interpretado pela Orquestra Municipal de Sintra - D. Fernando II, com um repertório consagrado a Zeca Afonso e ao seu cancioneiro, pela relevância particular que assumem as suas canções na promoção dos valores e ideais de liberdade.
“Tributo a Zeca Afonso – Marimba & Violoncelo”, “Anónimos de Abril” e “Contar Abril a cantar” são outros dos concertos que levam o público a estreitar a música da época aos dias de hoje.
Inserido nas comemorações do 25 de Abril, e também do dia 29 de junho, Dia do Município, Marisa Liz e Orquestras Escolares de Sintra vão apresentar-se num concerto no Largo do Palácio Nacional de Sintra, onde interpretarão alguns temas emblemáticos do 25 de Abril.
A peça de teatro “Um jantar revolucionário”, vai juntar, no palco do Centro Cultural Olga Cadaval, personagens da história mundial, entre eles, Salgueiro Maia, que quer incentivar ao voto. Trata-se de exercício final da Oficina de Criação Teatral, promovida pelo Chão de Oliva, em que jovens entre os 14 e os 17 anos escrevem e interpretam os seus próprios textos e ideias.
“A música de Abril - Duo de guitarra”, na Sociedade Recreativa de Aruil, na União das Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar, “Homebrass Quintet”, em Casal de Cambra e o “Tributo a Zeca Afonso – Marimba & Violoncelo”, na Cultura Lívio de Morais, em Mira Sintra, são alguns dos espetáculos que a Câmara de Sintra promove, numa contínua aposta em concertos descentralizados pelo concelho.
A partir de abril, e até ao final do ano, a autarquia promove diversos debates/conferências, nos seus equipamentos municipais e escolas, subordinados ao "Ciclo de Conversas que Importam" e dirigidos a todos os públicos, com temas tão diversos com o “O que mudou… na música”, “O que mudou… no ambiente”, “Os direitos das Mulheres no pós 25 de Abril”, “Não podias votar, nem expressar-te!”, “25 de Abril e a Constituição da República”, entre outros.
Sintra, lugar da liberdade, oferece-lhe um programa diversificado e abrangente que pretende exaltar o valor da liberdade criativa e de democracia cultural, componentes essenciais de uma democracia plenamente vivida.
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*em atualização
