A Parques de Sintra vai devolver o esplendor original ao Canal dos Azulejos, elemento icónico dos Jardins do Palácio Nacional de Queluz. O espaço vai ser restaurado e voltará a ter o espelho de água que o caracterizava no século XVIII.
Esta recuperação irá aproximar os visitantes da atmosfera e das vivências da época em que a Família Real e a corte se passeavam de barco sobre as águas tranquilas (represadas por um sistema de comportas), apreciando as paisagens fantasiosas dos grandes painéis de azulejos, concebidas a partir de gravuras, representando portos de mar e paisagens variadas.
O projeto de recuperação do Canal dos Azulejos é uma iniciativa complexa e multidisciplinar que envolve várias fases e especialidades. Atualmente, decorre a etapa de testes e implementação de metodologias de conservação e restauro dos revestimentos azulejares, em colaboração com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), no âmbito de um protocolo estabelecido com a Parques de Sintra. É um passo essencial no processo de seleção das soluções que garantem a melhor intervenção possível, com vista à recuperação, conservação e valorização deste património cultural e artístico.
Já foram concluídas as análises que permitiram caracterizar os materiais a utilizar e, durante o mês de novembro, iniciar-se-á a aplicação das metodologias definidas, com o objetivo de devolver a grandiosidade e o brilho originais dos painéis de azulejos.
A fase final da intervenção consistirá na reposição do espelho de água que antigamente se estendia ao longo de todo o Canal, com a instalação de um sistema rebatível sob a ponte das comportas, possibilitando a formação de um lago temporário durante o verão. Este elemento será desativado na época húmida, garantindo a preservação do equilíbrio natural e do correto escoamento das águas.
O Canal dos Azulejos, onde corre a Ribeira do Jamor, tem uma extensão de 120 metros e atravessa os jardins de Queluz, de norte para sul, constituindo a nota de maior originalidade no contexto do traçado dos jardins desta época. As paredes laterais interiores do canal estão decoradas com cerca de cinquenta mil azulejos, não incluindo os do bloco central. Em linha com o carácter lúdico do espaço, integrou no passado a Casa do Lago, também chamada Casa Chinesa ou Casa da Música.
Neste pequeno pavilhão tocavam, nas tardes de verão, os músicos de câmara da Rainha, quando o canal estava cheio e a Família Real e seus convidados ali passeavam em pequenos barcos — memórias de um cenário de sonho, que este projeto volta a recuperar, trazendo o encanto do passado a todos os que visitam os Jardins Históricos do Palácio Nacional de Queluz.
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Imagem: DR_Parques de Sintra




