No dia 8 de abril, o Parque da Pena, encerrado desde 19 de março devido à passagem da depressão Martinho, que só neste espaço derrubou 312 árvores de diversas espécies, vai reabrir parcialmente.
Os trabalhos de remoção urgente das árvores caídas, limpeza de caminhos e estabilização de muros, iniciados após a intempérie, permitem que os visitantes voltem a desfrutar com segurança de cerca de 55% da área total do Parque.
Voltam a estar disponíveis os percursos que ligam o Palácio Nacional da Pena à Cruz Alta e ao Vale dos Lagos, via Fonte dos Passarinhos, abrangendo também o acesso ao Jardim das Camélias. Foi, igualmente, reaberto um caminho entre o Vale dos Lagos e o Chalet da Condessa d’Edla.
Devido às intervenções ainda em curso, as áreas da Abegoria, Jardim Inglês, Estufa Fria, Pérgola da Feteira da Condessa d’Edla e Alto do Chá permanecem interditas. Ao circularem no Parque, os visitantes encontrarão cancelas a vedar o acesso às referidas zonas, que deverão ser escrupulosamente respeitadas.
As equipas da Parques de Sintra continuam a trabalhar com o objetivo de, em breve, reabrir à visitação mais espaços do Parque da Pena com toda a segurança.
Na noite de 19 para 20 de março, a passagem da depressão Martinho pela Serra de Sintra provocou a queda de cerca de 100 mil árvores, afetando 280 hectares do total dos cerca de mil hectares sob gestão da Parques de Sintra. Este fenómeno climático extremo e inédito na região foi particularmente destrutivo devido à combinação excecional de diversos fatores meteorológicos.
Nas semanas anteriores à depressão Martinho, que trouxe chuva intensa e ventos extremamente fortes, com rajadas que chegaram aos 169 quilómetros por hora no Cabo da Roca, a Serra de Sintra registou elevados níveis de precipitação, originando a saturação dos solos. Num território onde as árvores apresentam raízes pouco profundas, a invulgar direção dos ventos, oriundos predominantemente de sul, conjugada com a instabilidade dos solos provocada pelos elevados níveis de saturação de água, contribuiu decisivamente para a magnitude dos estragos. Adicionalmente, a própria morfologia dos vales da Serra de Sintra intensificou os efeitos devastadores destes ventos excecionalmente fortes.
A Parques de Sintra implementou medidas preventivas nos dias que antecederam o evento e iniciou, imediatamente após o fenómeno climático, ações intensivas de recuperação, bem como uma avaliação rigorosa dos riscos e dos danos sofridos.
A empresa tem já em curso um projeto de recuperação das áreas florestais afetadas pelo temporal, de acordo com as prioridades identificadas através do mapeamento detalhado do terreno, realizado através de drones e inspeções in loco. As operações intensivas de remoção das árvores derrubadas e recuperação das condições de segurança são os objetivos principais numa primeira fase.
Paralelamente, a Parques de Sintra está já a desenvolver um plano detalhado que visa mitigar os efeitos erosivos provocados por este fenómeno e promover a rearborização das áreas afetadas.
Este plano prioriza a plantação de espécies autóctones, estratégias para manter a estabilização do solo, recuperação da cobertura vegetal, manutenção do equilíbrio hídrico e restabelecimento dos habitats naturais, assegurando, assim, maior sustentabilidade e resiliência da floresta face a futuros eventos extremos.
Imagem: DR_PSML