O jornal diário e gratuito francês “20 minutes”, destinado a passageiros dos transportes franceses , destaca Sintra como o lugar onde os contos de fada se tornam realidade.
A publicação francesa fala-nos dos palácios e castelos de Sintra como de um sonho, povoado por reis extravagantes e milionários iluminados. Considerada como uma estância para os monarcas, da época, escaparem ao verão quente de Paris, Sintra encontra-se aninhada numa vegetação luxuriante com um microclima húmido, favorecido pelas nuvens do Atlântico que se acumulam e rasgam as formas de relevo circundantes.
O poeta Lord Byron comparou Sintra a um "glorioso Éden" e quase dois séculos depois, o local ainda parece cheio de feitiços, “impossível resistir ao romantismo de suas ruas coloridas! A perfeita harmonia que consegue entre natureza e arquitetura lhe valeu a designação da UNESCO como Património da Humanidade na categoria "Paisagem Cultural", refere a publicação.
O Castelo dos Mouros recorda a ocupação muçulmana da Península Ibérica, durante o início da Idade Média, “tem que subir-se e caminhar ao redor de suas paredes perfeitamente restauradas para ver como as incontáveis casas da cidade velha se aglomeram em torno do Palácio Nacional” aconselha o jornalista. O jornalista refere-se ao Palácio Nacional de Sintra: “esta residência real foi ampliada ao longo dos reinados para se tornar num dos mais belos palácios reais do país. Os sucessivos acréscimos podem ser adivinhados à medida que se percorre o labirinto de corredores e o emaranhado de salas decoradas com azulejos portugueses.”
“Apelidada de “pequena Versalhes portuguesa” pela majestade de seus jardins, o Palácio Nacional de Queluz era então o preferido da família real. Mas o verdadeiro ícone arquitetónico da região não é este palácio monumental. Os visitantes só têm olhos para o Palácio da Pena”, sublinha o autor. “Vermelho quando visto do Castelo dos Mouros, amarelo quando visto das florestas, a sua silhueta fantástica é única. Erguido no século XIX num afloramento rochoso pelo Rei D. Fernando, o Palácio da Pena é um verdadeiro cenário de conto de fadas, que celebra em profusão de detalhes o casamento improvável do Barroco Germânico com o Português Manuelino Orientalista”.
O jornal refere-se ainda ao estilo andaluz que é encontrado em todas as residências históricas, influência de conquistas mais recentes.
Ampliado no século XIX sob a liderança do inglês Sir Francis Cook, “Monserrate é um palácio das Mil e Uma Noites às portas de Sintra. Protegida por um exuberante jardim de palmeiras e samambaias, esta joia arquitetónica alimentou a imaginação de muitos artistas, como Lord Byron e o cineasta Wim Wenders”.
De regresso a Sintra, “a Quinta da Regaleira convida a emoções definitivas”. O jornalista destaca “o extraordinário jardim, que mistura o gótico, o neo-medieval ao neo-manuelino, que pertencia ao bilionário Carvalho Monteiro. Seguidor de doutrinas místicas, o homem apelidado de Monteiro dos Milhões quis criar aqui uma "casa do filósofo", cujo parque seria concebido como uma jornada espiritual rumo à iluminação. Para dar corpo à sua utopia, ele contratou Luigi Manini, um cenógrafo virtuoso do Scala de Milão, como arquiteto. O resultado é surpreendente”.
“Passear pelos caminhos cobertos de musgo, guardados por estátuas alegóricas, salpicados de cavernas, cascatas e capelas é uma experiência divertida e didática. Na curva de um arvoredo, uma porta giratória, escondida na pedra, convida a descer a um poço iniciático. Organizado em torno de símbolos de tradições esotéricas, o labirinto que o prolonga pretende ser uma metáfora da vida” sublinha a publicação acerca da Regaleira.