O novo núcleo museológico do Convento dos Capuchos, instalado no espaço do antigo Celeiro, tem patente pela primeira vez, achados arqueológicos que permitem compreender melhor as vivências dos frades franciscanos que habitaram neste monumento.
Desde 2011, como parte do projeto de conservação e requalificação do monumento, uma investigação histórica e arqueológica aprofundada desvendou objetos que surpreenderam as equipas da Parques de Sintra, como cachimbos e peças de jogo.
Estes artigos revelam comportamentos transgressores face aos rígidos estatutos da Ordem, e que são o reflexo tanto da evolução do próprio modo de vida franciscano, como dos paradoxos inerentes à dimensão humana dos frades.
A dualidade presente nos espaços do Convento dos Capuchos e na vida da comunidade que o habitou é o mote deste núcleo museológico: o espírito e o corpo; o divino e o humano; o bem e o mal; a luz e a sombra; a observância e a transgressão. O conceito expositivo assenta, assim, na contradição entre o que dizem os austeros Estatutos da Província da Arrábida, que regiam a vida nesta casa conventual, e a realidade que os objetos exibidos deixam antever.
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Imagem: DR_PSML_José Marques Silva
